19 presépios estão concorrendo ao prêmio na categoria de júri popular
O Concurso Nacional de Presépios, promovido pela Fundação de Arte de Ouro Preto – FAOP, chega à 52ª edição. Desde 1972, o evento tem o objetivo de incentivar a produção de presépios artísticos e preservar este modo de expressão de religiosidade popular.
As obras estão montadas e expostas desde o dia seis de dezembro, na Galeria de Arte Nello Nuno, no bairro Rosário, em Ouro Preto. O horário de funcionamento é de segunda à sexta, de 9h às 12h e de 13h às 18h, e no sábado, de 9h às 13h.
O período de inscrições e pré-avaliação aconteceu entre outubro e dezembro, e os artistas interessados puderam se candidatar gratuitamente. Após a seleção, levando em consideração critérios de criatividade, originalidade, execução e técnica; 20 presépios foram organizados por número de identificação e título, sem a autoria, para evitar que essa informação influencie na votação popular.
Em 2024, os municípios participantes em Minas Gerais foram: Ouro Preto, Belo Horizonte, Contagem, Diogo de Vasconcelos, Montes Claros, Juiz de Fora, Itabira e Santo Antônio de Leite. Também estão concorrendo artistas de Jacareí, São Paulo, e de Curitiba, Paraná.
A votação foi dividida em duas categorias, Júri Técnico e Júri Popular, com premiação de R$ 3.500 para cada vencedor.
A Comissão julgadora da primeira categoria é composta por profissionais da FAOP e membros da sociedade interessados, e foi responsável por selecionar um entre os vinte presépios para ser o vencedor do Júri Técnico. A obra vencedora é o presépio intitulado “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, de autoria da fotógrafa e moradora de Ouro Preto, Ane Souz.
Após acompanhar o processo de criação da mãe, artista plástica que participou de outras edições do concurso, Ane se inspirou e se inscreveu na 52ª edição.
“Eu tinha uma ideia que retrabalhei. A foto de fundo é de um reinado na capela do padre Faria, e a foto que eu usei por cima é o Cristo na manjedoura, do presépio da igreja de São Francisco de Assis. O menino é da igreja de São Francisco, e isso tem um motivo especial, porque São Francisco foi a primeira pessoa a fazer um presépio, há mais de 800 anos”, explica Ane sobre o processo criativo por trás do presépio vencedor.
Ela conta que o maior desafio foi pensar em um presépio a partir de técnicas da fotografia, principalmente por estar habituada a trabalhar com o fotojornalismo e a fotografia documental. Para ela, o concurso proporcionou uma chance de trabalhar com a fotografia de uma forma livre, o que possibilitou o desenvolvimento artístico. “Foi a primeira vez que usei a técnica de múltipla exposição na pós-produção, e isso foi capaz de criar uma nova narrativa.”
Tais aspectos foram decisivos para que a obra se destacasse. “Essa técnica exige não apenas habilidade, mas uma visão artística para escolher imagens que transmitem significados, contrastes ou harmonia, refletindo a intenção do fotógrafo”, conta César Teixeira de Carvalho, da Assessoria Técnica de Promoção e Extensão da FAOP.
As demais obras continuarão anônimas até a apuração dos votos do Júri Popular, que segue com a votação aberta até seis de janeiro. Os interessados podem participar através de formulário, ou presencialmente, na Galeria.
A votação popular desempenha um papel fundamental na visibilidade e valorização do concurso, ao envolver a comunidade de forma ativa no processo de escolha das 19 obras concorrentes.
De acordo com César, a Galeria recebeu 1348 visitantes na 51ª edição. Nesta edição de 2024, o público visitante e votante ainda está em levantamento.
“Esse ano está bem mais dividido e bem mais diversificado do que no ano passado, parece que o pessoal se aperfeiçoou”, destaca Anísio de Paula, porteiro da Galeria.
Além da exposição das obras concorrentes, a Fundação irá exibir o acervo de presépios de outras edições, com curadorias específicas. A partir do dia 18 de dezembro, a Mostra “Presépios: Tradição Viva, Leituras e Releituras” estará disponível para visitação na Galeria.
O acervo da Fundação também conta com outras exposições. Confira:
Passado Presente, do artista Manoel E. Otoni;
Marias, da artista Ana Fátima Carvalho;
Oratórios na contemporaneidade: Reinvenções, da artista Flávia de Moura Rangel.
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