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Ouro Preto é pioneiro na implementação do Zoneamento Ambiental e Produtivo

  • Davi Lacerda e Mateus Del’Amore
  • há 3 dias
  • 3 min de leitura

Ouça a notícia na íntegra:


Ferramenta alia preservação ambiental e produção agrícola com base em dados técnicos.


A imagem destaca construções distribuídas no terreno, áreas de pastagem e caminhos de terra. A fotografia evidencia um contraste de verdes escuros, representando a vegetação densa e reflorestada, com tons de verde-claro e marrom nas áreas abertas, gramadas ou de cultivo. As construções da fazenda se destacam em tons terrosos e alaranjados, sugerindo telhados de barro. Há também faixas cinzentas indicando estradas ou trilhas.
Vista aérea mostra área rural com mata preservada, lavouras e moradias dispersas na região de Ouro Preto. | Foto: Reprodução/Google Earth

No dia 27 de maio foi implementado em Ouro Preto o Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP). O Município é o primeiro de Minas Gerais a aderir oficialmente o uso da ferramenta. Desenvolvida em parceria com a Prefeitura Municipal, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o projeto consiste em mapear as características físicas, ambientais e produtivas de cada região para subsidiar o planejamento rural. 


Atualmente, 22 municípios do estado já contam com o zoneamento aprovado, segundo informações da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa). No entanto, Ouro Preto foi o primeiro município do estado a efetivamente implementar a ferramenta, tornando-se pioneiro na aplicação prática do zoneamento. O mapa a seguir, disponível no site da Seapa, mostra a distribuição das bacias hidrográficas que já tiveram os estudos do ZAP aprovados no Estado. 


Mapa do estado de Minas Gerais com destaque para regiões em verde, representando as áreas com zoneamento ambiental e produtivo aprovado. Cada área está identificada por um rótulo que indica o nome do rio ou bacia correspondente. A imagem inclui linhas de latitude e longitude, e no canto inferior direito está o brasão do Governo de Minas Gerais.
“Mapa das bacias hidrográficas de Minas Gerais com estudos de Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP) já aprovados.| Foto: Reprodução/Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento 

A partir do cruzamento de dados ambientais, econômicos e sociais, o ZAP identifica as áreas adequadas à produção agropecuária e zonas que exigem cuidados específicos de conservação. O mapeamento orienta a formulação de políticas públicas voltadas ao uso adequado do solo rural, à proteção de nascentes e à redução de conflitos fundiários. 


Em contextos onde a agricultura familiar é predominante, como nas comunidades do entorno de Ouro Preto, o zoneamento também permite direcionar incentivos e assistência técnica conforme as aptidões de cada área. 


Ao todo, 11 sub-bacias hidrográficas estão incluídas no ZAP de Ouro Preto. Entre elas estão o Alto Rio Gualaxo do Norte, Alto Rio Piracicaba e Alto Rio do Carmo, todas com histórico de impacto ambiental decorrente do rompimento da barragem de Fundão, em 2015, de responsabilidade das mineradoras Samarco, Vale e BHP Billiton.


Um novo olhar sobre o campo


Segundo o secretário municipal de Agropecuária e Abastecimento, Sebastião Bonifácio, o zoneamento foi elaborado em conjunto com um Censo Rural, que identificou cerca de 1.500 propriedades no município. Tanto o ZAP quanto o Censo, segundo ele, “serão muito importantes para a elaboração do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável”, que pretende delinear as ações e políticas públicas para a melhoria da produção agrícola no município. Segundo o secretário, o plano tem como base “as aptidões de cada área mapeada, bem como a capacidade hídrica de cada localidade” e visa beneficiar diretamente pequenos agricultores e comunidades tradicionais, que poderão acessar políticas mais adequadas à sua realidade, com maior segurança jurídica e técnica para permanecer no campo e diversificar suas atividades.


Imagem cartográfica com destaque para o território de Ouro Preto (MG), acompanhada de legenda à direita que classifica o uso da terra por meio de uma paleta de cores. Áreas em verde-claro representam vegetação florestal; vermelho, áreas descobertas; rosa, regiões urbanizadas; amarelo, culturas agrícolas; marrom, pastagens; verde-oliva, silvicultura; azul-claro, corpos d’água; roxo, áreas campestres; cinza-claro, afloramentos rochosos; e laranja, zonas de mineração.
Mapa de uso e ocupação do solo na região de Ouro Preto, base para a implementação do Zoneamento Ambiental e Produtivo (ZAP). | Foto: Divulgação/Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ouro Preto 

A expectativa da gestão é que o ZAP seja utilizado para promover uma ocupação rural mais equilibrada e para planejar políticas de infraestrutura e preservação ambiental. Ainda não há um cronograma oficial para a aplicação das diretrizes, mas o material já está disponível para consulta técnica e pública através do site da Secretaria de Estado de Agricultura de Minas Gerais (SEAPA).


Além de organizar o uso do solo, o ZAP também é considerado uma ferramenta estratégica para estimular a diversificação econômica no meio rural. Segundo o Secretário de Agricultura, o levantamento técnico realizado no município mapeou as diferentes aptidões produtivas da região, como áreas favoráveis à fruticultura, horticultura, silvicultura, pecuária de pequeno porte e sistemas agroflorestais, possibilitando ampliar as oportunidades de geração de renda, especialmente para os pequenos produtores.






1 Comment


PEDRO VITOR DA SILVA
PEDRO VITOR DA SILVA
há um dia

Muito bacana e necessária inciativas como essa. Espero que mais municípios adote essa política de planejamento em áreas rurais.

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