Se você gosta de leituras leves e sensíveis, com histórias sobre os dilemas da juventude dos anos 2000, pode ser que o livro “Apaixonada por palavras” (2012) te cative. Já pensou em se conectar e conhecer um pouco da rotina de uma autora brasileira por meio de suas crônicas?
Paula Pimenta, autora de best-sellers como “Fazendo meu filme” e “Minha vida fora de série", materializou em pequenas narrações fatos cotidianos de sua vida, com um olhar bastante particular que pode fazer você se identificar com algum momento ou acontecimento que ela nos conta. Esses fatos vão desde suas primeiras paixões no colégio, encontros com as amigas em um mundo com menos tecnologia e mais presença, até trocadilhos e perspectivas que nos fazem questionar o porquê um sonho ou acontecimento afeta quem somos e o que queremos.
Narrando suas histórias em episódios, a autora estimula reflexões, críticas e indagações. Tradicionalmente romântica e adepta de clichês juvenis em seus livros mais famosos, ela também surpreende com crônicas inesperadas. Ao escrever de forma autoral, ela expõe suas inseguranças sobre relacionamentos e seus medos gerados pela falta de autoconfiança. É na lida com a angústia que a autora levanta questões como: e se em alguns locais houvesse alas específicas para solteiros e casados? Como seria se existisse uma lei que estabelecesse um feriado particular de aniversário?
A escritora conta que precisou escolher, entre as 150 crônicas de seu acervo, quais deveriam entrar no livro. Após reler textos escritos há mais de dez anos, ela diz que se surpreendeu com as semelhanças e principalmente com as diferenças de pensamentos da pessoa que ela era e da pessoa que ela se tornou. Ela revelou ainda que teve vontade de editar várias crônicas, mas que preferiu deixá-las como estavam. “Apesar de atualmente pensar diferente sobre algumas coisas, aqueles pensamentos foram os que estavam comigo em cada uma das fases que já vivi e foram importantes para que eu chegasse a quem sou hoje”, explica Paula na introdução.
Assim como o sentimento que a escritora descreveu, quando reli o livro, depois de muitos anos guardado na prateleira, me comovi e lembrei de uma frase que tem rodado as redes sociais: “Nenhuma experiência é individual”. E é isso que situações tão comuns, mas ao mesmo tempo vindas de um olhar tão cuidadoso, me provocam: nostalgia. Essa é a palavra que define a emoção que eu sinto ao ler Paula Pimenta. Não no seu sentido tradicional, de tristeza e saudade, mas como uma lembrança que me faz entender que está tudo bem evoluir sem a necessidade de apagar o que passou. E acima de tudo, de querer ser uma pessoa real em um mundo de superficialidades.
Agora me diz, ao chegar em casa após um dia exaustivo de trabalho, porque não se permitir descontrair e relembrar momentos da adolescência através de memórias passadas sobre amizades e conquistas? Se o livro cumpre o que promete, aí você terá que me dizer. Vamos nessa?
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