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Renovação do Tarifa Zero gera expectativa sobre a qualidade do serviço na cidade.

  • Amaury José e Pablo Henrique
  • 10 de fev.
  • 3 min de leitura

Desde 2022, Mariana oferece gratuidade no transporte para a comunidade. 


#ParaTodosVerem: Na imagem, há um ônibus na cor amarela, com faixas laterais nas cores laranja e vermelho. O coletivo está parado, com várias pessoas em seu interior e outros passageiros entrando no carro.
Tarifa Zero é um custo a menos para trabalhadores e estudantes | Foto: Amaury José

No dia 31 de janeiro, por meio de um vídeo publicado na sua conta oficial no Instagram, o prefeito de Mariana, Juliano Duarte, anunciou a renovação do Programa Tarifa Zero por mais quatro anos. Em 31 de janeiro, foi sancionada a Lei nº 3.828, para oficializar o programa como política pública, garantindo sua continuidade. “O próximo passo é a modernização das frotas e a melhoria da oferta a todas as pessoas que utilizam o transporte público”, declarou Duarte na publicação.  


O Programa foi implementado em fevereiro de 2022 em Mariana, sendo renovado nos anos seguintes. Ao longo desse período, houve diversas mudanças para ampliar o acesso à cidade e favorecer o deslocamento de moradores de regiões menos favorecidas, desconectadas das áreas centrais. 


Conforme pesquisa realizada por Cristiane Costa Gonçalves e Daniel Santini, quando o programa Tarifa Zero foi instituído em fevereiro de 2022, o custo de operação era de R$ 862.494,49 mensais. Com o aumento da demanda e as cláusulas contratuais de reequilíbrio econômico-financeiro, o custo aumentou gradualmente durante o ano. Em dezembro de 2022, alcançou o patamar de R$ 1.296.964,37. O serviço é realizado por uma empresa contratada, a Transcotta, mas a operação é controlada pela Prefeitura Municipal de Mariana, que determina rotas e itinerários. 


Os pesquisadores explicam que, no caso do complexo Cabanas, a demanda foi tão grande que levou à criação da rota Cabanas/Policlínica. A linha, conectando os principais bairros do complexo à região central, transportou 1.136.509 pessoas no período de julho a dezembro de 2022. No caso da linha que atende o bairro Rosário, o número de viagens quase dobrou, de 456.457 em 2021 para 870.636 em 2022, isso mesmo considerando que a rota foi encurtada na revisão de linhas realizada em meados daquele ano. 


#ParaTodosVerem: A imagem mostra um ônibus parado, na cor amarela, com faixas laterais nas cores laranja e vermelho. No ponto, vários passageiros esperando em pé o ônibus. Alguns com mochila, outros com bolsa. Há uma árvore ao fundo e o céu está limpo.
Passageiros enfrentam dificuldades devido à superlotação de algumas linhas | Foto: Amaury José

“Poderia estar aumentando a frota”, opina Cristiane Gouveia, professora da rede municipal de Ouro Preto. “Os ônibus andam sempre lotados, principalmente do Rosário e do Cabanas, e acho que poderia estar melhorando muito isso, sendo visto que é dinheiro público usado nessa fomentação do Tarifa Zero”, afirma Cristiane.


Moradora de Antônio Pereira, Cibele Mendonça diz que deveria haver um dimensionamento no horário de alto fluxo. “As pessoas estão tendo dificuldade de voltar para casa, tem que pagar aplicativo, o número de aplicativos que roda na cidade hoje é maior do que o número de linhas de ônibus que a gente tem. Então é necessária uma intervenção, sim, para poder melhorar essa questão da Tarifa Zero”, pondera.

 

De acordo com Thiago Marciano, vigia, o serviço trouxe melhorias com o tempo. “Para a população marianense foi muito bom, né? Pra gente que trabalha todo dia, é um gasto a menos. Melhorou com o tempo, porque até as 13h tem muitas opções de horário de ônibus, então já teve melhoria, já trocou os carros”. Apesar disso, Thiago afirma que alguns ônibus ainda precisam ser trocados.


Para a professora do curso de Engenharia Urbana da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), Bárbara Abreu Matos, o planejamento tem que focar em atender os picos. “Se eu consigo atender os picos, consigo atender todo o resto do dia porque é a pior situação; e aí o monitoramento tem que ser feito para planejamento nesses horários de pico. A prefeitura precisa melhorar a captação das informações para conseguir monitorar de forma constante, para saber se está adequado ou não, surtindo efeito ou não, senão, não adianta”, destaca Bárbara.



#ParaTodosVerem: A imagem mostra uma mulher ao centro, de cabelos pretos e óculos, com as mãos entrelaçadas na mesa. Em sua mesa, há seu computador, uma pasta e uma caneta.
A professora acredita que o monitoramento constante é essencial para o bom funcionamento do Programa | Foto: Amaury José 

Já a pesquisadora Cristiane Costa Gonçalves afirma que nem sempre a solução do problema de superlotação é adicionar mais veículos para operar na linha. “No meu ponto de vista técnico, adicionar mais veículos não é a solução; porque quanto mais aumentamos a oferta, mais aumenta a demanda”. Para Cristiane, o importante é estudar o padrão de deslocamento das pessoas, para reestruturar as linhas, seja alterando o itinerário, colocando linhas de reforço em horários específicos, ou mesmo criando novas linhas.




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