Falhas no sistema de água do reassentamento ferem a memória ambiental de Paracatu
- Camila Nakashima e Cecília Quadros
- 8 de ago.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 12 horas
46ª edição
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Moradores denunciam estrutura precária da distribuição de água no reassentamento de Paracatu

Desde 2022, os moradores do reassentamento de Paracatu, subdistrito de Mariana, têm enfrentado dificuldades contínuas relacionadas ao abastecimento de água. Diversas falhas têm resultado no vazamento frequente, afetando a população local e o fornecimento de água das casas. A pauta já foi apresentada em reuniões com os representantes da Samarco, empresa responsável por realizar a manutenção do serviço, mas os moradores seguem aguardando por uma solução definitiva.
Entretanto, a situação vai além dos aspectos técnicos e estruturais. Para muitos residentes que eram de Paracatu Origem, o recurso hídrico possui um peso simbólico e afetivo. A comunidade construiu sua cultura também com base na relação com as nascentes que estavam no território do subdistrito antes do desastre-crime. As fontes de “água bruta” como chamam, além de atender as necessidades domésticas, faziam parte de práticas culturais e da identidade regional.
Os moradores esperam que a qualidade de tubulação melhore após o SAAE de Mariana passar a administrar o sistema. Mas enquanto isso, a população precisa lidar com os problemas de vazamento constantes, além do apagamento da memória ambiental, a qual existe pelas nascentes e território que foi violado, e o enfraquecimento de uma identidade coletiva.
Em nota, a Samarco informou que, em parceria com a Prefeitura de Mariana, está conduzindo a transição da operação dos sistemas de água e esgoto dos novos distritos para o SAAE. Segundo a empresa, a rede de abastecimento de Paracatu está em “operação assistida” há cerca de três semanas, período em que são realizados ajustes considerados parte natural do processo. Contudo, os vazamentos do sistema de água acontecem desde 2022, como informaram os moradores.
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