Festival de dança promove socialização entre alunos e Cidade Alta de Mariana
- Lívia Franco e Pedro Vitor Silva
- 7 de jul.
- 3 min de leitura
Atualizado: 20 de ago.
46ª edição
Ouça a notícia na íntegra:
Em sua 8ª edição, o Festival de Dança da Escola Estadual João Ramos Filho valoriza a cultura local, fortalece laços entre os alunos e mobiliza a comunidade com arte e protagonismo estudantil.

Realizado no último sábado (28), o 8º Festival de Dança da Escola Estadual João Ramos Filho reuniu alunos, professores e a comunidade do bairro Cabanas em uma celebração de arte e cultura. Com apresentações de hip hop, afrobeat, rock’n’roll, anos 60, danças brasileiras e dos anos 2000, o evento movimentou a escola e reafirmou seu papel como espaço de expressão e inclusão.
O festival, que já se tornou tradição na escola, foi criado em 2016 a partir de uma escuta sensível da professora de educação física Lucélia Pena. “Eu percebi que alguns alunos não se identificavam com as atividades esportivas com bola realizadas na quadra. Alegavam que não tinham perfil para aquilo e perguntavam se não poderia haver uma outra forma de participação”, conta a professora.
Diante desse cenário, Lucélia idealizou o festival como uma alternativa para envolver todos os estudantes em práticas corporais e artísticas, promovendo o contato com diferentes expressões culturais por meio da dança. O resultado é um evento que, mais do que apresentações coreográficas, representa o encontro entre identidade, criatividade e pertencimento escolar.
Com 11 anos de existência, a Escola Estadual João Ramos Filho tem o festival de dança como uma de suas tradições mais aguardadas a cada ano letivo. A diretora Cíntia de Cássia Silva destaca os impactos positivos da iniciativa para os estudantes. “Os alunos conhecem outros ritmos, estudam diferentes culturas para preparar as coreografias e encontram, na dança, uma forma de se expressar”, afirma.

Para Luciana Aparecida de Oliveira, lojista e mãe de uma aluna da escola, o evento foi importante para o desenvolvimento pessoal dos jovens. “Eles ficaram mais comunicativos, mais à vontade para se expressar. Isso também fortaleceu a amizade entre eles”, comenta Luciana.
A união entre os alunos foi essencial para a realização do evento. Dos ensaios no contraturno à escolha dos estilos musicais, passando pela cobertura audiovisual para as redes sociais da escola, os estudantes assumiram o protagonismo e se envolveram em todas as etapas da organização do festival.
O depoimento da estudante Sthefany Camile sintetiza o sentimento compartilhado pelos colegas. “É mais que uma conquista, é algo muito especial, do qual eu sempre vou me orgulhar e sempre vou me lembrar no meu coração”, conta a aluna do 1º ano, que foi premiada junto com sua turma ao final das apresentações.
Ao todo, foram premiadas as três turmas com as maiores pontuações, avaliadas por jurados convidados. Mas, para além da competição, o verdadeiro destaque foi o espírito coletivo. Mesmo sem vencer, muitos celebraram a superação pessoal, os vínculos criados e a realização de mais uma edição do festival.
Em entrevista exclusiva, a professora Lucélia Pena, idealizadora do Festival de Dança da Escola Estadual João Ramos Filho, compartilhou detalhes sobre a iniciativa.
Escola e comunidade

Localizada no bairro Cabanas, também conhecido como Cidade Alta, a Escola Estadual João Ramos Filho é um importante polo de incentivo à arte e cultura. Além do Festival de Dança, outras iniciativas integram o calendário escolar e reforçam o compromisso da escola com a formação integral dos alunos. Entre elas, destacam-se o Festival de Teatro Comunitário (FESTECO), o Festival de Cultura Inglesa e a tradicional participação nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG).
Segundo a diretora Cíntia de Cássia Silva, a comunidade está sempre presente na escola. A participação ativa dos moradores amplia o alcance do festival e de outras ações. Com isso, a relação entre escola e comunidade se fortalece ao longo do ano letivo.
Para a pedagoga Alexandra Resende Campos, essa conexão só é verdadeira quando há diálogo e construção coletiva. “Essa relação escola-comunidade só é possível quando a escola dialoga e pensa em alternativas para que, de fato, essa troca ocorra. E que seja pensada junto com a comunidade, e não para a comunidade”, destaca.
No ambiente escolar, o sentimento de pertencimento é fundamental. De acordo com Alexandra, isso se concretiza quando os alunos percebem sua cultura valorizada, sua identidade respeitada e são convidados a participar de forma ativa nas iniciativas e projetos escolares.
Confira a galeria de fotos do 8º Festival de Dança da Escola Estadual João Ramos Filho.































Comentários