Mariana recebe 1° Festival Botecando, que celebra a gastronomia local
- Cecília Araujo e Fernanda Germano
- há 6 dias
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47º edição
14 bares, botequins e botecos marianenses competem por três premiações de melhores pratos e uma de estabelecimento mais visitado.

A primeira edição do Festival Botecando - Comida de Bar, Boteco e Botequim, celebração turística que reúne bares da cidade e do distrito de Passagem para uma competição de culinária local, começou no dia 6 de novembro e está previsto para terminar no dia 7 de dezembro. O projeto, promovido pela Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, é uma das estratégias para aproximar o público local e incentivar visitas de fora, atraindo outras pessoas a conhecer a gastronomia marianense.
A competição é definida pelo público, permitindo que todos os cidadãos votem uma vez em cada bar utilizando o CPF. A avaliação considera os seguintes critérios para a premiação: sabor, atendimento, higiene e bebida. O Secretário de Cultura do Município, Marcos Eduardo Batista, explicou que os votos são contabilizados pelo “Conecta Mariana”, a fim de aproximar os marianenses do aplicativo da cidade, que conta com outros serviços essenciais, como emissão de documentos e informações sobre o trânsito. É possível votar também nos bares concorrentes, uma vez que o QR Code que encaminha até a aba de votação está disponibilizado nas mesas dos botecos.
No último dia de evento, no domingo (7), serão realizadas na Praça Gomes Freire as entregas das premiações de primeiro, segundo e terceiro lugar, nos valores de R$ 10 mil, R$ 7 mil e R$ 5 mil, respectivamente. O bar mais visitado durante o evento também receberá um troféu e o prêmio de R$ 3 mil. Além disso, o encerramento conta com apresentações artísticas e musicais. No mesmo dia, os pratos terão redução de 50% no valor, custando até R$ 30 cada, dando oportunidade para que o público experimente mais de uma opção, vote novamente no mesmo prato ou em outro diferente, e a possibilidade dos donos dos bares votarem no próprio estabelecimento presencialmente, através do novo QR Code que a Prefeitura disponibilizará.
Origem do festival
A criação do festival surgiu para fomentar a economia local a partir da valorização da mão de obra e culinária da região, contribuindo para o desenvolvimento de uma cadeia produtiva na cidade. “O Botecando é um projeto que está dentro do eixo fomento e difusão do programa Desponta Mariana, que é um programa estruturante aqui da Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo para a valorização de todos os aspectos patrimoniais, culturais e turísticos da cidade”, ressalta o secretário.
As inscrições ocorreram entre os dias 25 a 29 de outubro e foram disponibilizadas apenas 20 vagas, com a justificativa de que o projeto está em fase de teste. Segundo Marcos Eduardo, houveram muitas inscrições de estabelecimentos por toda a cidade, incluindo nos distritos de Mariana, que possuem apenas três representantes nesta primeira edição. Muitos bares não conseguiram concluir a inscrição devido a ausência de cumprimentos fiscais com a prefeitura, licenças ou problemas com a vigilância sanitária.
O Botecando foi elaborado e inscrito como Projeto de Lei pela Secretaria de Patrimônio Cultural e Turismo, e aprovado por unanimidade dos vereadores na Câmara Municipal, mas a vigência do festival no calendário oficial do município será a partir do ano que vem, após 12 meses de sua aprovação.
Por se tratar de um projeto experimental, muitas melhorias para as próximas edições estão sendo elaboradas, de acordo com a demanda dos competidores e consumidores do festival. Entre elas, a previsão do lançamento da segunda edição durante a baixa temporada, a fim de aumentar o fluxo de público visitante, e a inclusão de uma nova categoria de avaliação, o melhor garçom, também com premiação. A escolha de iniciar o evento em alta temporada serviu como estratégia para testar formatos e avaliar o funcionamento e a recepção do público.
História dos pratos
Além de definir no regulamento o valor máximo de R$ 60 por prato, a organização do festival indica que eles devem ser considerados petiscos e “tira-gostos”. Evilaine Gonçalves, 32, chefe de cozinha do Giardino, carinhosamente conhecida pelos funcionários como Vivi, conta que a receita “Giardino Botequim” foi uma criação para a competição. “Na verdade, a gente já tinha a costela, só que era de um jeito totalmente diferente. Mas a polenta mesmo a gente criou para o festival. A gente fez uma votação e todo mundo votou na polenta”, explica.
A chefe de cozinha revelou também que o preparo dos ingredientes principais, a costela e a polenta, demandam horas para ficar no ponto ideal e que o prato está sendo procurado pelos degustadores. “Tem dias que a gente não dá conta de fazer produção, porque tem muitos pedidos e a polenta tem que descansar para ser cortada. A costela demora 12 horas assada no forno a vapor”, conta Evilaine.

Valério Freitas, proprietário do Armazém Beer House, buscou trazer um prato que, ao mesmo tempo, atraísse o público e trouxesse a tradição culinária de Minas Gerais. “Muita gente gosta de toucinho de barriga, né? Então pensamos em fazer ele numa nova versão. Talvez até para atrair quem não gosta muito toucinho de barriga pela gordura. Então a gente procura selecionar as peças com mais carne, com menos gordura, para ficar uma versão diferente também.” A sugestão do prato foi de um cliente fiel do estabelecimento. “Ele comeu, se eu não me engano, no Morro d’Água Quente. Ele perguntou se a gente poderia fazer um teste. Na outra semana fizemos um teste e, chamamos ele, que experimentou e gostou. Fizemos uma nova versão”, conta.

Para Valério, iniciativas como a do Botecando são boas para outros aspectos locais. “Talvez investir para tentar diversificar a economia, fugir um pouco da dependência só do minério. Você começa a fazer um festival assim e daí a pouco o festival tá com uma proporção maior e atrai pessoas de fora.
Mariana é a primeira capital de Minas e tem tradição na culinária também, eu acredito que pode ser um dos chamativos para diversificar a economia da cidade.” - Valério Freitas.
Embora o festival seja de bares locais competindo por colocações e prêmios de dinheiro e troféu, além de reconhecimento e atração do público, o espírito é esportivo. “Eu já experimentei a maioria, são excelentes pratos. A gente tá participando de uma disputa sadia. Não tem rivalidade com ninguém, é amizade para fomentar a nossa área”, diz Valério.
Para facilitar o acesso aos bares, botecos e botequins participantes do Botecando, criamos um mapa exibindo fotos de todos os pratos, endereços e mais informações abaixo:

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