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Museu da Inconfidência é reinaugurado após seis meses de reformas

  • Gabriel Ferreira, Gustavo Sousa e Murilo Loredo
  • 12 de ago.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 20 de ago.

46ª edição


Ouça a notícia na íntegra:


Fechado desde 25 de janeiro deste ano, o Museu da Inconfidência passou por uma série de intervenções estruturais e de segurança.


 A imagem da  fachada do Museu da Inconfidência destaca os detalhes arquitetônicos da construção, como as varandas com grades de ferro forjado, esculturas em pedra-sabão e o relógio central que coroa o edifício. O céu azul e a iluminação intensa realçam ainda mais a imponência do local.
A restauração da fachada do Museu da Inconfidência integra o programa "Minas para Sempre", com recursos oriundos de ações de reparação conduzidas pelo Ministério Público de Minas Gerais. | Foto: Murilo Loredo

Na última quarta-feira, 30, o Museu da Inconfidência foi reinaugurado, voltando a movimentar a cidade de Ouro Preto. Apesar da reabertura oficial ao público, o museu voltou a ser fechado temporariamente, após o evento, para a finalização de ajustes internos, com previsão de abertura definitiva no dia 11 de agosto. A reforma também inaugurou uma sala permanente dedicada à cultura afro-brasileira, com a nova exposição “Afro-brasilidades: arte e memória na encruzilhada”.


As intervenções realizadas incluíram a revisão completa das instalações elétricas, implementação de um sistema de prevenção contra incêndio e pânico, pintura das fachadas e limpeza das cantarias. 


Na cerimônia de reabertura, o diretor do museu, Alex Calheiros, o prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, e o procurador-geral de Justiça, Tarso Moraes Filho, ressaltaram a relevância do Museu da Inconfidência como um motor para o desenvolvimento econômico e social da cidade. Para eles, a revitalização do espaço representa um investimento no fortalecimento da identidade cultural local e na retomada do turismo, setor vital para a economia de Ouro Preto.


Na imagem, acontece uma cerimônia no pátio interno do Museu da Inconfidência. Autoridades e representantes da sociedade civil discutem temas, diante de um público atento, em um espaço marcado pela arquitetura colonial com janelas feitas de grades de ferro.
Durante a cerimônia, representantes do Ministério Público de Minas Gerais e da comunidade ouropretana destacaram a necessidade da preservação da memória nacional e da promoção de novas narrativas históricas, como a inclusão permanente da cultura afro-brasileira no acervo. | Foto: Murilo Loredo

Alex Calheiros explicou que a pausa para reforma elétrica foi utilizada também para fazer a conservação preventiva de todo o acervo, que apesar de uma manutenção básica semanal, não passava por uma conservação há muito tempo. Segundo o diretor, a reforma foi necessária para “a preservação do patrimônio como um todo.”


A exposição “Afro-brasilidades: arte e memória na encruzilhada” é composta por mais de 80 obras, com uma mostra que valoriza a riqueza da produção cultural negra no Brasil, e evidencia as contribuições artísticas, históricas e sociais das populações afrodescendentes em Minas Gerais. Pela primeira vez, o museu inclui em seu acervo uma sala permanente dedicada a essa temática, marco simbólico de representatividade e reconhecimento.


Segundo o diretor Alex Calheiros, essa nova exposição faz parte de um processo maior de ressignificação do museu, não apenas como um local de preservação, mas também de reflexão crítica e de construção de identidade. “O museu está passando também por um, por um momento que eu chamo de reposicionamento institucional, sem ter medo de fazer a autocrítica das nossas narrativas”, reitera o diretor. 


Turistas e moradores formam fila para acessar o Museu da Inconfidência em um dia de  visitação. A imagem revela a movimentação nas escadarias do edifício histórico.
Após a cerimônia, o Museu foi aberto para visitações às 12 horas. Ao final do dia, foi novamente fechado para eventuais ajustes. A reabertura oficial ocorrerá em 11 de agosto. | Foto: Murilo Loredo

Durante o ano de 2024, o Museu da Inconfidência registrou um recorde da instituição ao receber 347 mil visitantes. A Secretaria Municipal de Turismo de Ouro Preto reforça a importância da instituição para o turismo e a economia local, e que, mesmo fechado por um período para reformas, o museu ainda se mantém como um dos principais atrativos culturais da cidade, recebendo milhares de pessoas.


Júlio César Ferreira Guimarães, artesão na tradicional Feira de Pedra-Sabão de Ouro Preto, relatou o quanto o funcionamento do museu colabora com o comércio local. “O museu ficou muito tempo parado e isso atrapalhou muita gente aqui, porque a cidade vive do turismo, ele ficou bastante tempo fechado, deu uma caída no movimento”, afirma o artesão.


A imagem registra a  feira de artesanato de pedra sabão, com destaque para as peças, expostas sob guarda-sóis. O cenário, emoldurado por casarões coloniais coloridos.
Artesãos locais relatam queda no movimento durante o fechamento do Museu da Inconfidência. | foto: Murilo Loredo

O projeto de revitalização foi viabilizado por meio da Plataforma Semente, na terceira fase do Programa Minas para Sempre, que busca promover a restauração e conservação de bens integrantes do patrimônio cultural de Minas Gerais. O museu volta a funcionar normalmente no dia 11 de agosto. A entrada é gratuita, com horário de funcionamento das 10h às 18h, de terça a domingo.


A imagem revela parte de uma exposição fotográfica no pátio interno do Museu da Inconfidência. Os retratos em preto e branco retratam figuras negras da cultura e da história, em contraste com as paredes brancas e o céu azul.
Imagens de personalidades negras fizeram parte da cerimônia de reinauguração, abrindo um diálogo historicamente necessário no Museu da Inconfidência. | Foto: Murilo Loredo


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