Após 10 anos de espera, as obras da UBS Alto Rosário devem retornar em Mariana.

46ª edição

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As obras da Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Alto Rosário, em Mariana, foram retomadas depois de mais de uma década de paralisação pela falta de repasses públicos integrais.

Após 10 anos de paralisação, a obra apresenta avarias, estrutura enferrujada e depreciações. | Foto: Ana Xavier

No dia 18 de julho, a Câmara Municipal de Mariana aprovou o Projeto de Lei (PL) 279/2025, que autoriza a abertura de crédito especial no orçamento público para diversas secretarias municipais, incluindo a de saúde, de obras e de gestão urbana possibilitando  a retomada das obras da UBS Alto Rosário na Rua Perimetral Sucupira, que estavam paradas desde 2015. O PL, aprovado por unanimidade, tem o valor de R$ R$1.995.562,16  destinado à unidade.

 A licitação da Prefeitura para a retomada tem caráter prioritário e está em aberto na plataforma AMM Licita. Realizada na modalidade concorrência pública, ela permite a participação de qualquer empresa especializada neste tipo de construção, a partir de lances públicos. Será contratada a instituição que oferecer o valor global, que é o menor preço dentro do orçamento previsto, estimado em R$ 1.832.358,24. 

De acordo com o Termo de Referência feito pela Prefeitura de Mariana, o prazo para a execução das obras é de 10 meses e a vigência do contrato é de 11 meses, podendo ser estendida. 

Em nota para o Lampião, a Secretaria Municipal de Saúde de Mariana afirmou que este valor “cobre a execução da obra exceto em caso de imprevistos durante sua realização”, mas que medidas governamentais são tomadas desde a elaboração do plano de governo para que não haja novas interrupções.

Segundo um estudo técnico preliminar, realizado pela Prefeitura, a obra foi interrompida em 2015 com cerca de 45% da estrutura concluída. Porém, ela apresenta sinais de degradação, acúmulo de resíduos, estruturas expostas às intempéries, falta de sinalização e equipamentos de proteção, o que pode comprometer o dinheiro público investido. O  sistema adotado para a construção é o Light Steel Framing, que utiliza estruturas metálicas leves, reduz resíduos e acelera a execução. 

Com 45% da obra concluída, a expectativa é que a obra seja retomada em breve. | Foto: Ana Xavier

A estrutura metálica apresenta sinais de degradação, acúmulo de resíduos e estruturas expostas às intempéries. | Foto: Ana Xavier

O sistema Light Steel Framing utiliza estruturas metálicas leves, reduz resíduos e acelera a execução. | Foto: Ana Xavier

Atualmente, Mariana conta com 33 Unidades Básicas de Saúde, contando com a UBS Alto Rosário. Enquanto a obra está parada, os residentes do bairro são atendidos em um imóvel alugado pela Prefeitura. O espaço improvisado é uma casa, que foi adaptada para funcionar como uma UBS. 

A UBS atualmente funciona em uma casa alugada pela prefeitura e adaptada para atender à população. | Foto: Ana Xavier

A gerente administrativa da UBS do Alto Rosário, Cassiane Aparecida Lopes, destaca que a nova estrutura deve ampliar os serviços disponíveis. A previsão é ampliar o atendimento em áreas da atenção básica, como odontologia e fisioterapia, além da contratação de mais profissionais da saúde. “O bairro está crescendo, a estrutura do atendimento também vem aumentando muito. E a gente tem algumas limitações, porque hoje a gente têm uma casa, não tem como montar hoje um consultório”.

Segundo Cassiane, para consultas especializadas, os pacientes são encaminhados a outros centros de saúde, como a Previne.  

Ludmilla Silva (20), utiliza os serviços da UBS provisória e reclama do longo tempo de espera para a retomada das obras. “Eu nem sabia que iria retornar. Eu estava com 12 ou 11 anos na época que começaram a construir”, afirma.

Mesmo com o longo período de espera, as expectativas para a finalização das obras são positivas para a população do Rosário, que sofre com a distância dos hospitais públicos. “Como a UPA mudou lá pra cima, pra gente que mora aqui do Alto do Rosário, pegar dois ônibus é muito complicado, sabe? Vai ser melhor pros moradores, porque tem muitos que precisam desse atendimento”, conta Ludmilla.

Para os profissionais que atendem na unidade, o desejo da finalização das obras é latente, para melhorar o atendimento e as condições de trabalho do local. “Eu acho que vai melhorar as condições de serviço. Hoje não deixamos de atender, mas a gente podia fazer um dia de plantão se tivesse mais profissionais, mais salas para atender, mais suporte. Então são muitas expectativas”, finaliza Cassiane.